segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O Santo Rosário



O chamado
“Saltério da Virgem Maria”, como antigamente era chamada a “ferramenta” que utilizavam as pessoas simples que não sabiam ler ou que não tinham livros para substituir a oração do Saltério, ou seja, dos 150 Salmos da Bíblia que os religiosos rezavam a cada semana.
Aqueles que não podiam rezar os 150 Salmos, os substituíam por outras orações, como por exemplo Pai Nosso, Ave Maria, Credo, etc.
Para poder levar de uma maneira melhor a conta das orações, faziam nós em uma corda ou colocavam contas que iam utilizando para a oração. Em sepulturas muito antigas se encontraram estas contas de pedra. Muitos enfermos morreram rezando e em suas mãos seus familiares deixaram aquilo com o qual iam contando as orações que o enviavam ao céu.
O Rosário se compõe de 59 contas repartidas da seguinte maneira: cinco contas ao princípio, a partir do crucifixo, e depois as dezenas. Certamente as cinco contas em honra às chagas de Cristo ou dos cinco mistérios a serem meditados.
Cinco grupos de 10 contas, cada uma para contar las 10 Ave Marias de cada mistério; e entre uma dezena e outra, uma conta para rezar o Pai Nosso que vai ao princípio de cada Mistério.
A devoção do Rosário tem mais de oitocentos anos na Santa Igreja Católica.
Um papel muito importante em sua origem se deve à pessoa de São Domingos de Gusmão († 1221), que recomendava muito às pessoas que repetissem frequentemente à Santíssima Virgemq a “Ave Maria”, meditando nos Mistérios da Vida, Paixão e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Ele e outros sacerdotes dominicanos, dedicaram sua vida a propagar entre os cristãos o costume de rezar à Santíssima Virgem o que antes se chamava o “Saltério da Santíssima Virgem”, e desde então começou a chamar-se Rosário de Nossa Senhora”.
A tradição conta que no ano 1208, Maria, a Mãe de Deus, ensinou pessoalmente a São Domingos, através de uma visão, como rezar o Rosário e lhe disse que popagasse esta devoção a todas as nações e a utilizasse como arma poderosa contra os inimigos da Fé.
Nos tempos de São Domingos de Gusmão se vivia um importante conflito de ordem religiosa: os protagonistas constituíam um grupo herético chamado “albigenses” (originários de Albi, ao sul da França); pretendiam difundir uma doutrina que afirmava que existiam dois deuses: um do bem e outro do mal. Para os albigenses todo o material era mau, incluindo o corpo. Isto significava que Jesus, ao fazer-se homem e ter um corpo, não podia ser bom e por conseguinte não poderia ser Deus. Ademais, os albigenses também negavam os sacramentos, e a verdade de que Maria é a Mãe de Deus; recusavam a reconhecer ao Papa e estabeleceram suas próprias normas e crenças.




Nesses tempos (século XII), os problemas eram solucionados por meio da guerra e os albingenses utilizavam este meio e a violência para impor suas heresias.






São Domingos para converter aos que se haviam separado da Igreja, pela heresia albingense, trabalhou por anos em meio destas pessoas; e por meio de pregações, orações e sacrifícios, alcançou converter a alguns poucos, porém amiúde estas pessoas voltavam à heresia devido ao temor de serem ridicularizados ou castigados com trabalhos forçados ou receber alguma represália. São Domingos deu início também a uma ordem religiosa para as mulheres jovens convertidas, na cidade de Prouille, junto a uma capela dedicada à Santíssima Virgem.
Vendo São Domingos que os crimes dos homens dificultavam a conversão dos albingenses, entrou num bosque e passou aí três dias e três noites em contínua oração e penitência.
Um dia, apareceu-lhe a Santíssima Virgem, acompanhada de três princesas do céu e lhe disse:
«Sabes, meu querido Domingos, de que arma se serviu a Santíssima Trindade para reformar o mundo?»
«- Oh, Senhora, respondeu ele, Vós o sabeis melhor que eu, porque depois de Vosso Filho Jesus Cristo, fostes o principal instrumento de nossa salvação».

Ela acrescentou: «Sabes que a peça principal da bateria foi a saudação angélica, que é o fundamento do Novo Testamento. Portanto se queres ganhar para Deus esses corações endurecidos, reza meu Saltério».
A Virgem revelou: «Só meditando a vida, morte e glória de meu Filho, unidas à recitação da Ave maria, os inimigos poderão ser destruídos».
«O meio mais poderoso para destruir a heresia, os vícios, motivar a virtude, implorar a misericórdia divina e implorar a proteção. Os fiéis obterão muitas graças e encontrarão em mim, a alguém sempre disposta e pronta a ajudá-los».
São Domingos via Nossa Senhora sustentando em suas mãos o Rosário e lho entregou, ensinando a recitá-lo. Disse que pregasse por todo o mundo, prometendo que muitos pecadores se converteriam e obteriam abundantes graças. O Santo se levantou muito consolado e abrasado de zelo pela glória de Deus. Entrou na Catedral e nesse momento todos os sinos começaram a tocar milagrosamente para reunir os habitantes.
Ao princípio da pregação se levantou uma tormenta espantosa que fez estremecer a todos de temor. A terra tremeu, o sol escureceu e repetidos raios e trovões empalideceram todos os ouvintes. A tormenta cessou ao final pelas orações de São Domingos. Ele continuou seu discurso e explicou com tanto entusiasmo e fervor a excelência do Santo Rosário, que os moradores se abrasaram quase todos, renunciando a seus erros, vendo-se em pouco tempo uma grande mudança na vida e costumes da cidade.




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