
Um dia, voltando da terra, chegou um demônio ao inferno. Estava triste e abatido. Dirigindo-se a Lúcifer, o rei das trevas, disse:
–– Chefe, falhou completamente o meu esforço. Mostrei ao Filho do homem todas as riquezas e grandezas do universo e prometi dar-lhe tudo aquilo com a única condição de que me adorasse... E eis que ele me repeliu com desprezo.
–– Consola-te, meu filho, responde Lúcifer, mesmo que esse esteja perdido, todos os outros nos pertencem...
Depois de algum tempo regressa o demônio de sua nova excursão pela terra e diz:

–– Consola-te, meu filho, diz Lúcifer, eles gostam de ouvir palavres novas e belas, mas não as põem em prática. Esquecer-se-ão delas como se esqueceram dos ensinamentos dos profetas.
Faz o demônio outra excursão pela terra. Quando volta ao inferno, chega-se ao poderoso rei Lúcifer e, desanimado diz:
–– Meu chefe, o nosso poder está liquidado para sempre. O Filho do homem selou sua doutrina com a própria vida, provando assim que é realmente o Filho de Deus.


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