domingo, 2 de outubro de 2016

A devoção dos Cinco Primeiros Sábados no contexto do Ano da Misericórdia


Alexandre José Rocha de Hollanda Cavalcanti

Introdução

Vivemos um momento histórico em que já estão mais que maduros os frutos do falido intento de construir uma sociedade que prescinde do Altíssimo, banindo, junto com seu Criador, o conceito de misericórdia. 

A mentalidade contemporânea –ensina João Paulo II– tende a arrancar do coração humano a própria ideia de misericórdia[1]. Neste contexto somos chamados a «ser misericordiosos como o Pai», correspondendo ao triplo apelo das mensagens de Fátima:

·      Reparação
·      Oração
·      Consagração ao Imaculado Coração de Maria.

Este triplo convite conduz a três níveis de compromisso:

·      Aceitar a contingência do ser humano, e abandonar-se confiante ao Criador.
·      Rezar e sacrificar-se pelos pecadores, abandonando a perspectiva individualista.
·      Unificar a vida cristã pela consagração ao Imaculado Coração de Maria[2].


Estes compromissos se concretizam na devoção dos cinco primeiros sábados, centrada na realidade do coração imaculado de Maria, que consideramos no contexto do «Ano da Misericórdia», não restrito a seus 365 dias, mas no amplo panorama da misericórdia que se inicia com a Criação e não terminará com a Parusia.

A centralidade do tema do coração de Maria constitui o que há de mais original e específico da mensagem de Fátima[3].

1. Visão de conjunto das aparições

Para uma precisa compreensão da comunhão reparadora é conveniente conhecer as mensagens em sua integridade, incluindo as aparições do «Anjo de Portugal», as da Cova da Iria e as de Pontevedra e Tuy, que fazem parte de um conjunto corporativo, formando um texto único, escrito em diversas etapas[4].


1.1. Aparições do Anjo de Portugal
 
Nas aparições do Anjo sobressaem três pontos principais: 

·      O espírito de reparação.
·      O incentivo à prática do sacrifício.
·      A relação entre a Santíssima Trindade, a Eucaristia e a prática do sacrifício. 

Estes princípios vertebram a prática dos cinco primeiros sábados, proposta para evitar as consequências do lento suicídio que a sociedade enceta ao escolher o caminho que a separa do Criador.

O Anjo apresenta o oferecimento do corpo, sangue, alma e divindade de Cristo, realmente presente na Eucaristia, como único meio hábil para a reparação pelos ultrajes com que Deus é ofendido. 

Apresenta também os méritos do Sagrado Coração de Jesus, e a intercessão do Imaculado Coração de Maria, como meios para alcançar a conversão dos pecadores.

1.2. Aparições da Cova da Iria

 
Maria aparece em atitude de oração, com um semblante que Lúcia descreve como sério, nem triste nem alegre, com uma suave expressão de censura. Convida os videntes a suportar todos os sofrimentos que lhes serão enviados em reparação pelos pecados com que a humanidade ofende a Deus. Nossa Senhora apresenta a oração, especialmente do santo Rosário, como a verdadeira solução para os problemas da humanidade.


 
Lúcia é chamada a recordar ao mundo a necessidade de evitar o pecado e reparar a Deus ofendido, pela oração e pela penitência, estabelecendo no mundo a devoção ao Imaculado Coração de Maria.
Na segunda aparição Nossa Senhora promete a salvação aos que abracem a devoção a seu Imaculado Coração. Maria apresenta aos videntes uma visão de seu coração rodeado de espinhos que se cravavam nele por todas as partes.

Na aparição seguinte a santíssima Virgem lhes revelou o Segredo, dividido em três partes, revelado em duas etapas[5].

A primeira parte do segredo é a visão do inferno, que marcou a vida dos videntes, não no sentido do medo, mas de compaixão pelos pecadores que aí se precipitam e da gravidade das ofensas a Deus.
A perspectiva do inferno é uma realidade que o ser humano sempre procurou silenciar. Entretanto, sua realidade dogmática está defendida por inúmeros concílios. 

Na Bula Misericordiæ vultus, que institui o Ano da Misericórdia, o Papa Francisco adverte:
«Para todos, cedo ou tarde, chega o juízo de Deus, ao qual ninguém pode escapar»[6].
O Catecismo da Igreja Católica[7] afirma que «não podemos estar unidos a Deus se não fizermos livremente a opção de amá-lo». A liberdade do homem inclui, portanto, a hipótese do rechaço a Deus, caracterizando a condenação eterna como a expressão radical da realidade da liberdade humana, capaz de escolher permanecer separada de Deus por toda sua existência.

A visão do inferno constitui o plano de fundo das considerações sobre a existência do pecado e a necessidade de conversão. A negação do pecado leva à negação da misericórdia, do perdão e da própria Redenção. Existem duas formas de destruir a misericórdia: eliminando o pecado e eliminando o perdão. Por isso sustentou com precisão João Paulo II que é necessário aprender a pensar e falar segundo os princípios da claridade evangélica: «Sim, sim, não, não» (cf. Mt 5, 37). É necessário chamar mal ao mal e bem ao bem; chamar pecado ao pecado, mesmo quando toda a moda e a propaganda sejam contrárias a isto[8].

Não diferenciar o bem do mal leva ao relativismo, que em nossos dias se transformou em um câncer na sociedade, impondo uma ditadura, que nada reconhece como definitivo e que deixa como última medida apenas o próprio eu e a propria vontade[9].

Ao preparar uma mensagem de esperança e misericórdia, a Santíssima Virgem deixou claro a gravidade do pecado e a amplitude da reparação que viria pedir com a devoção dos cinco primeiros sábados.

Na segunda parte do segredo Maria Santíssima anuncia que virá pedir a comunhão reparadora dos cinco primeiros sábados, como meio eficaz para alcançar a misericórdia e o perdão. Maria promete a paz se o mundo atender aos seus pedidos e anuncia catástrofes em consequência da não aceitação de sua mensagem. Ela indica dois meios para evitá-las: a devoção ao seu Imaculado Coração e a comunhão reparadora dos primeiros sábados, finalizando com a promessa: «Por fim o meu Imaculado Coração triunfará!».

Nas aparições seguintes Maria Santíssima insiste na oração do Rosário e promete o milagre do sol, que confirmará a realidade de suas revelações.

1.3. Aparições de Pontevedra e Tuy

Posteriormente, em Pontevedra e Tuy, Maria dá a conhecer as condições para realizar os Cinco Primeiros Sábados. 

Em 10 de dezembro de 1925, a Virgem apareceu a Lúcia, tendo ao seu lado um menino, suspenso em uma nuvem. O menino disse a Lúcia: «tem pena do Coração de tua santíssima mãe que está coberto de espinhos que os homens ingratos a todos os momentos lhe cravam sem haver quem faça um ato de reparação para os tirar».

Em seguida, disse a Santíssima Virgem: 

«Todos aqueles que durante cinco meses, ao primeiro sábado, se confessarem recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um terço e me fizerem 15 minutos de companhia meditando os 15 mistérios do Rosário com o fim de me desagravar, eu prometo assistir-lhes na hora da morte com todas as graças  necessárias para a salvação dessas almas»[10].

Em 15 de fevereiro do ano seguinte (1926) o menino Jesus apresenta a verdadeira dimensão com que deve ser praticada a comunhão reparadora: 

«Muitas almas começam os Primeiros Sábados, porém são poucas que os completam, e as que os completam o fazem com o propósito de receber as graças que neles se prometem. Me daria mais prazer se fizessem cinco sábados com fervor e com a intenção de fazer reparação ao coração de sua Mãe celestial, que se fizessem quinze com tibieza e indiferença»[11].
As aparições de Tuy (Espanha), se deram em 1929. Lúcia recebe um conhecimento especial da Santíssima Trindade e da relação entre a paixão e morte de Cristo, a Eucaristia e o sofrimento do Imaculado Coração de Maria, que via rodeado de espinhos e chamas de fogo.

2. Porque cinco primeiros sábados

Os motivos de serem cinco sábados estão relacionados com as cinco classes de ofensas e blasfêmias proferidas contra o Imaculado Coração de Maria.

·      Reparar as blasfêmias contra a Imaculada Conceição.
·      Reparar as ofensas contra a perpétua virgindade de Maria.
·      Reparação pelas injúrias contra a Maternidade divina de Maria e pela não aceitação da maternidade espiritual da Mãe de Deus sobre todos os homens.
·      Reparar pelos que procuram publicamente infundir nos corações das crianças a indiferença, o desprezo e até o ódio em relação à Mãe Imaculada.
·      Reparação contra os que ultrajam diretamente as imagens sagradas de Maria.

A centralidade da mensagem de Fátima está portanto em uma mudança radical do gênero humano, onde ele mais o necessita. Em seu núcleo fundamental é um chamado à conversão e à penitência, feito de modo ao mesmo tempo maternal e enérgico: com decisão, firmeza e clareza[12]. Fátima se apresenta como um signo preciso de Deus para nossa geração, uma palavra profética para nosso tempo e uma intervenção divina na história humana, realizada por mediação de Maria[13]

3. Comunhão reparadora e devoção mariana

A relação da comunhão reparadora com a missão de Maria de levar a humanidade para Cristo se evidencia nas condições indicadas para esta devoção. Em primeiro lugar o sacramento da reconciliação, único capaz de alcançar o perdão dos pecados de modo eficaz, é o pórtico das práticas constitutivas da comunhão reparadora e caminho necessário do processo de conversão, que muitas vezes começa em um confessionário[14].
De modo semelhante, o Ano da Misericórdia se centra neste sacramento, colocado como ponto central do conjunto que o compõe, por sua capacidade de permitir ao homem experimentar em carne própria a grandeza da misericórdia[15], restituindo a filiação divina perdida pelo pecado[16]. Neste sentido, no discurso de encerramento da primeira etapa do sínodo das famílias, o papa Francisco deixou claro que misericórdia não significa simples aceitação da culpa não arrependida, mas a cura efetiva do mal, quando afirmou que devemos evitar:
«A tentação do bonismo destrutivo, que em nome de uma misericórdia enganadora, liga as feridas sem antes as curar e medicar; que trata os sintomas e não as causas nem as raízes. É a tentação dos «bonistas», dos temerosos e também dos chamados «progressistas e liberais»[17].

A segunda prática é a comunhão eucarística, centro de toda a espiritualidade cristã. Cristo eucarístico é presença transformadora capaz de corrigir todas as debilidades, para que o perdão seja estendido até as extremas consequências da misericórdia divina[18]
As duas práticas seguintes são especialmente cristocêntricas e evangélicas: rezar o Rosário e meditar nos mistérios da vida de Cristo que o compõem, abarcando todas as dimensões de nosso relacionamento filial com a Mãe de Deus. Nas aparições de Fátima Maria Santíssima recomendou com insistência a oração do santo Rosário. Com precisão teológica, afirma a este respeito a irmã Lúcia:
«Depois do Santo Sacrifício da Missa, a oração do santo Rosário é a oração mais agradável a Deus que podemos oferecer-lhe e de maior proveito para as nossas almas. Se assim não fosse Nossa Senhora não no-lo teria recomendado com tanta insistência»[19].

Conclusão

A devoção dos Cinco Primeiros Sábados, considerada no contexto do Ano da Misericórdia, centraliza as intenções principais da mensagem de Fátima, no seu sentido de reparação e impulso para a necessária mudança de rumos em uma sociedade que enceta um caminho de separação em relação aos desígnios divinos. É urgente a propagação desta devoção, enquanto é possível evitar os desastres que a Santíssima Mãe de Deus procura impedir instituindo a comunhão reparadora, para que não aconteça o que, em relação à consagração da Rússia, admoestou Nossa Senhora à irmã Lúcia:
«Não quiseram atender meus pedidos… Do mesmo modo que o rei da França, se arrependerão e farão a consagração, porém já será tarde». 
Maria Santíssima se referia à aparição do Sagrado Coração de Jesus a santa Margarida Maria, em 1689, a qual tentou, por vários meios, fazer chegar ao rei Luís XIV uma mensagem com quatro petições que buscavam unir a França ao Sagrado Coração de Jesus. Nada foi conseguido. Um século depois, Luís XVI, já recluso na Prisão do Templo, se consagrou ao Coração de Jesus, prometendo cumprir todos os pedidos comunicados por santa Margarida, quando fosse libertado. Era tarde... a guilhotina interrompeu os planos do rei em 21 de janeiro do ano seguinte[20].
No seminário celebrado em Fátima em 1972 se discutiu sobre a postura que se deve adotar ante sua mensagem: mentalidade teológica ou disponibilidade infantil? A conclusão foi que é necessário traduzir em termos teológicos a mensagem dirigida às crianças, porém permanecer com espírito de inocência infantil para compreender a profundidade da mesma[21]
O Concílio Vaticano II[22], assinala que a verdadeira devoção mariana não consiste em uma emoção estéril e passageira, mas em um amor dedicado que nos conduz a imitar as virtudes de Maria. A devoção estéril é aquela que se baseia no amor a si mesmo e não na doação a Deus. Santo Agostinho explica que só existem dois amores: o amor de si mesmo até o desprezo de Deus e o amor a Deus, até o desprezo de si mesmo[23]. A devoção que se baseia no primeiro tipo de amor, será sempre estéril e transitória.
Um aspecto moderno da devoção mariana é sua compreensão como caminho para a maturidade devocional, evitando regressões infantis ou transferências de afetos. 
A devoção é um termo que contém um sentido ativo: significa entregar-se, sacrificar-se.
A imitação de Maria não é um servir-se dela, mas um doar-se de si mesmo a Deus, de modo integral e irrevogável.
O Concílio explica que a situação do mundo que sofre sob o poder do maligno, faz da vida homem um combate, no qual o cristão não tem direito de se omitir. São eloquentes suas palavras:  
«Toda a história humana está atravessada por um duro combate contra os poderes das trevas, que começou no princípio do mundo e durará até ao último dia. Inserido nesta luta, o homem deve combater constantemente, se quer ser fiel ao bem; e só com grandes esforços e a ajuda da graça de Deus conseguirá realizar a sua própria unidade»[24].

Neste momento decisivo, a Igreja nos convoca a tomar posição, a não ser «mais um» em meio a um mundo que abandona a Deus. A ter a coragem de Jesus que disse «sou Eu» quando os soldados o procuravam para o confronto final, a dizer «faça-se em mim segundo a tua palavra» quando somos chamados a entregar nossa vida, dedicando-a inteiramente ao serviço de Deus, sem nunca ter medo de ser «diferente dos outros». 
Nestes momentos de prova é dever nosso imitar a Jesus, imitar a doação total de Maria, não podemos reeditar a covardia de Pilatos diante de Cristo, que buscou «compor a situação» e terminou por condenar a Jesus. Porém, se Pilatos estivesse aqui, nos poderia dizer: «eu serei imitado por muitas pessoas em todos os séculos».
Quantas vezes, por amor a nossos interesses, por preguiça, ou pelo medo de dizer não, imitamos Pilatos e permitimos, calados, que a Igreja seja caluniada e perseguida. Presenciamos de braços cruzados o pecado, pela vergonha de enfrentar os que nos rodeiam, de dizer não aos que formam nosso ambiente, pelo medo de «ser diferente dos outros», como se Deus nos houvesse criado, não para imitar a Jesus, mas para imitar servilmente a nossos companheiros[25].
A chamada à conversão que centraliza as mensagens de Nossa Senhora em Fátima nos convoca a pedir a misericórdia divina para que, pela fortaleza com que Jesus nos deu exemplo enfrentando a dor e a morte, sejam curadas em nossas almas a chaga do egocentrismo, do medo e da preguiça, fazendo de nós verdadeiros apóstolos da misericórdia de seu Sagrado Coração e do Coração Imaculado de Maria.


[1] João Paulo II, Carta Encíclica Dives in misericordia, n. 2.
[2] De Fiores, Stefano. Valoración teológica y actualidad de Fátima. Apud: De Fiores, Stefano y Meo, Salvatore (dir.) Nuevo diccionario de Mariología. 3 ed. Madrid: San Pablo, 2001, pp. 801.
[3] Cf. Alonso, J. M. Fátima. Apud: De Fiores, Stefano y Meo, Salvatore (dir.) Nuevo diccionario de Mariología, pp. 792-796.
[4] Cf. Ibid., pp. 791.
[5] Cf. Kondor, Luis. Memorias de la Hermana Lucía, Fátima: Secretariado dos Pastorinhos, 2001, pp. 68-71.
[6] MV n. 19.
[7] N. 1033.
[8] Cf. João Paulo II. Homilia de 26 de março de 1981.
[9] Cf. Ratzinger, Joseph. Homilia na Missa «Pro eligendo Romano Pontifice», de 18 de abril de 2005.
[10] Kondor, Luis. Memorias de la Hermana Lucía, pp. 192-193.
[11] Apostoli, Andrew. Fátima para hoy: El urgente mensaje mariano de esperanza. San Francisco: Ignatius, 2014, cap. 13.
[12] Cf. João Paulo II. Homilia de 13 de maio de 1982. Apud: L’Osservatore Romano, Edição semanal em língua española, Ano XIV n. 21, p. 699.
[13] De Fiores, Stefano. Valoración teológica y actualidad de Fátima. Apud: De Fiores, Stefano y Meo, Salvatore (dir.) Nuevo diccionario de Mariología, p. 799.
[14] Cf. Ibid.
[15] Cf. MV n. 17.
[16] Cf. CEC n. 1469.
[17] Papa Francisco. Discurso no encerramento da III Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos, de 18 de outubro de 2014. A expressão original em italiano é «buonismo distruttivo», que a maioria das traduções apresenta em português como «bonismo destrutivo», como colocamos em nosso texto. A tradução da página Web do Vaticano apresenta a expressão «bonacheirice destrutiva».
[18] Cf. MV n. 22.
[19] Irmã Maria Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado. Apelos da mensagem de Fátima. Fátima: Secretariado dos Pastorinhos, 2000, p. 270.
[20] Cf. Kondor, Luis. Memorias de la Hermana Lucía, p. 198. A explicação sobre a mensagem ao rei da França, mencionado por Nossa Senhora, é do autor da compilação das memorias da irmã Lúcia, Pe. Luis Kondor, SVD.
[21] El corazón que se entrega a todos. El inmaculado corazón de María en las apariciones de Fátima. Centro Internacional Ejército Azul, Fátima, 1972, p. 12. Apud:  De Fiores, Stefano y Meo, Salvatore (dir.) Nuevo diccionario de Mariología, p. 800.
[22] LG n. 67.
[23] Santo Agostinho. Cidade de Deus, livro XIV, cap. XXVIII.
[24] GS 37, 2.
[25] Corrêa de Oliveira, Plinio. Via Crucis. Apud: Catolicismo n. 3, São Paulo: Pe. Belchior Pontes, março de 1951.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

A devoção dos Cinco Primeiros Sábados no contexto do Ano da Misericórdia

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https://www.dropbox.com/s/m4ahteobvg0sgoc/Devocao%20dos%20Cinco%20Primeiros%20Sabados%20no%20contexto%20do%20Ano%20da%20Misericordia.pdf?dl=0            Através deste link, você poderá baixar o texto completo da conferência: “A devoção dos Cinco Primeiros Sábados no contexto do Ano da Misericórdia”, proferida pelo Prof. Alexandre de Hollanda Cavalanti, no XXIV Congresso Mariológico Mariano Internacional, ocorrido em Fátima, entre os dias 6 e 11 de setembro de 2016.

https://www.dropbox.com/s/m4ahteobvg0sgoc/Devocao%20dos%20Cinco%20Primeiros%20Sabados%20no%20contexto%20do%20Ano%20da%20Misericordia.pdf?dl=0 

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A Mensagem de Fátima e a evangelização dos Arautos do Evangelho no Brasil e no mundo

              
https://www.dropbox.com/s/olt2g53q60rhjae/A%20MENSAGEM%20DE%20FATIMA%20E%20SUA%20DIVULGACAO%20PELOS%20ARAUTOS%20DO%20EVANGELHO%20%E2%80%93%20PE%20JOSE%20MARIO%20DA%20SILVA%20EP%20-%20CONGRESSO%20FATIMA%202016.pdf?dl=0

            Texto da conferência do Revmo. Pe. José Mario da Silva no XXIV Congresso Mariológico Mariano Internacional, realizado em Fátima, no dia 07 de setembro de 2016.
No link abaixo, baixe o texto completo da exposição, em PDF.

https://www.dropbox.com/s/olt2g53q60rhjae/A%20MENSAGEM%20DE%20FATIMA%20E%20SUA%20DIVULGACAO%20PELOS%20ARAUTOS%20DO%20EVANGELHO%20%E2%80%93%20PE%20JOSE%20MARIO%20DA%20SILVA%20EP%20-%20CONGRESSO%20FATIMA%202016.pdf?dl=0


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quarta-feira, 7 de setembro de 2016

A devoção dos Cinco Primeiros Sábados no contexto do Ano da Misericóridia

           

         Através deste link, você poderá baixar o texto completo da conferência: “A devoção dos Cinco Primeiros Sábados no contexto do Ano da Misericórdia”, proferida pelo Prof. Alexandre de Hollanda Cavalanti, no XXIV Congresso Mariológico Mariano Internacional, ocorrido em Fátima, entre os dias 6 e 11 de setembro de 2016.

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segunda-feira, 27 de junho de 2016

La Inmaculada Concepción en Santo Tomás de Aquino



Santo Tomás figura en la lista de los que negaron la Inmaculada Concepción de María, por no conseguir armonizarlo con el dogma de la redención universal de Cristo. Quizás Dios lo permitió así –afirma el P. Royo Marín– para recordar que la luz definitiva no la pueden dar los teólogos, sino el magisterio de la Iglesia, asistido directamente por el Espíritu Santo. 

Sin embargo, el erro de Santo Tomás es más aparente que real. Él lo aceptaría de inmediato si hubiera vislumbrado la solución de que María sí fue redimida. La inmaculada que él rechazó (creada sin pecado, pero nunca redimida), sería una doctrina inaceptable incluso en la actualidad.

Durante toda su vida, el Aquinate buscó la solución del problema, pues su corazón le empujaba a proclamar el privilegio mariano, pero su sinceridad intelectual no encontraba como armonizar con el dogma de la universalidad de la redención. 
Por eso, cuando se deja llevar del impulso de su corazón, parece proclamar el privilegio de María[1]. Pero cuando se abandona al frío razonamiento de la especulación científica, se siente coartado a manifestar lo contrario[2].
Lo último que escribió sobre este asunto, poco antes de morir, fueron las siguientes palabras en su comentario al Ave María[3]:

«La Santísima Virgen María fue purísima en cuanto a la culpa, porque no incurrió ni en el pecado original, ni en el mortal, ni en el venial»[4].


[1] La pureza se entiende por oposición a su contraria; por lo mismo, puede encontrar cosa creada tan pura que no pueda haber otra más pura entre las cosas creadas, si no fue manchada por el contagio del pecado; y tal fue la pureza de la Santísima Virgen, inmune del pecado original y del actual» (In I Sent. dist. 44 q. I a.3 ad 3).
[2] Tal ocurre en la Suma Teológica III, q. 27, 1-2.
[3] Expositio super salutationem angelicam. Este comentario, ciertamente auténtico, de Santo Tomás –como ha demostrado el P. Mandonet–, lo escribió el Doctor Angélico al final de su vida, en abril de 1273. Santo Tomás murió el 7 de marzo de 1274. (Cf. Rossi, J. F. C.M., en Divus Thomas [Pl.] [1931] pp. 445-479)
[4] Cf. Royo Marín, Antonio. Jesucristo y la vida cristiana. Madrid: BAC, 1961, p. 221.

terça-feira, 14 de junho de 2016

O orgulho e a humildade


Alexandre José Rocha de Hollanda Cavalcanti


O ser humano é criado para conhecer, amar e servir a Deus. Quem perde esta visão perde o verdadeiro sentido de sua vida. Portanto, uma vida dedicada a si mesmo ou a desejar ser admirado pelos outros é uma vida que se desvia de seu sentido real. O ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus será melhor quanto mais se assemelhe a Deus e pior quanto mais dessemelhante de Deus. É por isso que dizia Tomás de Kempis que ninguém é mais por que os outros o elogiam, nem menos porque os outros o critiquem. O que a pessoa é verdadeiramente o que ele é diante de Deus.
Quando consideramos esta realidade de nossa essência diante de Deus vemos que em verdade não somos nada, pois Deus existe sempre e nós nascemos um dia, vivemos alguns anos e depois deixamos de existir. Se nossa vida se volta só ao material, ao hoje, nos assemelhamos aos animais: vivemos para comer, beber e dormir... Porém, a vida humana tem um sentido de horizontes muito mais amplos. Nós vivemos para participar da grande obra de Deus, colaborando com sua criação e com o aperfeiçoamento das pessoas, de modo que cada um seja mais semelhante a Deus.
Os primeiros seres humanos, Adão e Eva, pecaram porque quiseram ser iguais a Deus, o que caracteriza seu pecado como um ato de soberba, que é a falta de verdade acerca de nossa posição verdadeira. Por isso, Adão e Eva, não reconhecendo sua verdadeira posição de criaturas de Deus, quiseram ser iguais a Deus, quiseram definir por sua própria vontade o que é bem e mal e não depender de Deus, e por isso pecaram e foram expulsos do Paraíso. A soberba está portanto na raiz do pecado original e na raiz de todo e qualquer pecado, conformando-se assim, como um dos piores pecados.
Da soberba nasce o orgulho, que é o “amor desordenado a sua própria excelência”. Tudo o que podemos ter de bom nos foi dado por Deus, portanto, é apropriar-se indevidamente do que é de Deus e apresentar como nosso. Em outras palavras o orgulho é roubar o que é de Deus e desejar aparecer diante dos outros com uma mentira, pois, como dizia Santa Teresa, “a humildade é viver na verdade” e portanto o orgulho é viver na mentira.
O orgulho é considerado um pecado capital, quer dizer, é cabeça de muitos outros pecados. Por isso é um dos pecados mais graves que uma pessoa pode cometer, pois a partir do pecado de orgulho nasce a vaidade, a arrogância, a impureza e até pecados mais graves.
Nosso Senhor Jesus Cristo ensinou o perdão: perdoou a mulher pecadora, perdoou o ladrão que foi crucificado com Ele, mas não perdoou o orgulho dos fariseus, os chamou de “sepulcros caiados”, pois eles queriam parecer bonitos e limpos para os outros, quando no fundo estavam cheios de maldade e de orgulho.

O orgulho leva a pessoa a aparentar ser o que não é, portanto faz do homem falso e hipócrita, leva à comparação e a querer destruir os outros que podem ser mais do que ele. Como dizia Salomão, o orgulho é falta de sabedoria e por isso, onde há soberba, há ignorância e onde há humildade, haverá sabedoria.
 
O orgulho leva inclusive à timidez, pois o orgulhoso não aceita que pode errar e com o passar do tempo começará a ter medo que os outros o critiquem, gerando com isso até problemas emocionais. O orgulho acaba com a paz de alma, pois o orgulhoso a todo momento vai estar preocupado com o que os outros estão pensando dele: sua felicidade não depende dele mesmo, mas da opinião dos outros. O orgulhoso procura ser o centro das atenções dos outros e com isso, chega a querer tomar o lugar do próprio Deus, pois o centro de todas as atenções da humanidade deve ser sempre nosso Criador.
Por outro lado, a humildade, que é o reconhecimento da verdade, é a virtude que dá a verdadeira paz e equilíbrio ao ser humano, pois reconhecendo suas fraquezas pessoais e que tudo que tem de bom foi recebido de Deus, a pessoa humilde procurará ser cada vez mais semelhante a Deus e com isso cumprirá o verdadeiro sentido de sua vida.
A humildade é a raiz de todas as virtudes, porque é a ausência do egoísmo que é o produtor de todos os vícios. A humildade é o caminho mais seguro para encontrar a Deus, pois a pessoa humilde não procura a felicidade onde ela não existe, mas a procura onde ela existe em plenitude.
Muitas vezes fazemos uma ideia falsa da humildade, pensando que ela nos rebaixa, mas é exatamente o contrário. A humildade –ensina Santa Teresa– nos dá a verdadeira grandeza que em vão procuramos fora de Deus, pois não existe nada mais elevado que estar diante de Deus e com Deus. Somente sendo humildes vamos encontrar a Deus. Por esta razão a humildade é uma virtude teologal, quer dizer, uma virtude que nos assemelha a Deus e nos une diretamente com Ele.
A humildade não consiste portanto em atitudes artificiais, em covardias, em tristeza, mas em conhecer a nós mesmos com os olhos de Deus, quer dizer, conhecer-nos verdadeiramente. A verdadeira humildade é a virtude que nos faz semelhantes Deus pois passamos a considerar a verdade e não desejamos ser iguais a Ele como Adão e Eva queriam, mas procuramos cada vez mais, reconhecendo nossa realidade pecadora, assemelhar-nos a Deus pela prática da virtude.
São Francisco de Sales ensina que existe um vínculo indissolúvel entre a humildade e a generosidade, que estão juntas e unidas uma à outra. Assim, a humildade reconhece que por si mesma não pode nada e a generosidade confere que confiando em Deus tudo podemos e por isso nos abrimos para ajudar ao próximo, quando o orgulho nos fecha sobre nós mesmos. Por isso o humilde é sempre alegre: pensa nos outros, ajuda os outros, vive para Deus. O orgulhoso é sempre triste: vive para si mesmo, está sempre buscando aparecer, está sempre dependente da opinião dos outros e se separa de Deus.
A humildade como raiz de todas as virtudes é a porta da felicidade. O orgulho, como raiz de todos os pecados e filho do egoísmo, é a porta da infelicidade.
Santa Teresa ensina que a humildade é a lucidez própria do amor e é o que faz com que o bem seja verdadeiramente bem. A humildade é assim a essência de todas as virtudes e a condição para receber todos os dons divinos.