terça-feira, 30 de agosto de 2011

Nossa Senhora de Guadalupe


do CD Milagres de Maria - Associação Católica Nossa Senhora de Fátima
No longínquo ano de 1531, um índio subia as colinas do Tepeyac, nos arredores da Cidade do México, para assistir a uma aula de catecismo. Seu nome era Juan Diego, um recém-batizado que impressionava a todos pelo fervor com que havia abraçado a religião católica. 
Ao chegar ao topo da montanha, ele ouviu o som de cânticos e ao mesmo tempo uma voz feminina que o chamava:
— Juan, Juan Dieguito! 
Surpreso, o índio se dirigiu ao local de onde vinha a voz e ali pôde contemplar algo verdadeiramente maravilhoso! Uma Senhora de beleza sobrenatural estava diante dele. Seu vestido irradiava uma luz intensa e tudo ao seu redor estava transformado.
Juan Diego se inclinou diante dela e ouviu, encantado, as seguintes palavras:
— Juanito, o mais humilde de meus filhos (...). Eu, a Sempre Virgem Maria, Mãe do Deus Vivo e do Criador, desejo que seja construído aqui, sem demora, um templo. Assim poderei mostrar todo o meu amor, compaixão, socorro e proteção aos homens. Eu sou vossa piedosa Mãe, tua e de todos os habitantes desta terra e de todos aqueles que Me amam, invocam e confiam em Mim. Ouço todos os seus lamentos e curo todas as suas misérias, aflições e dores. 
Tendo dito isso, Nossa Senhora mandou Juan Diego ir ao palácio do Bispo do México e lhe transmitir o seu desejo de que naquele local se construísse um templo dedicado a Ela. Prometeu ainda que ficaria muito agradecida por isso e o recompensaria largamente.
Nosso bom índio obedeceu. O Bispo, porém, não acreditou em suas palavras e exigiu que ele trouxesse da Mãe de Deus um sinal. 
Juan Diego voltou muito triste e humildemente relatou à Virgem o acontecido. Ela o encorajou e lhe pediu para subir ao topo da colina e colher as flores que lá estavam.
Lá chegando, ele se espantou com a variedade de flores que encontrou, em pleno inverno, naquele solo árido. Colheu-as e levou à bela Senhora. Esta o enviou novamente ao bispo, dizendo que lhe apresentasse aquelas flores como prova de sua aparição.
O índio, cheio de fé, guardou as flores em sua tilma — uma espécie de poncho rústico usado pelos camponeses astecas — e caminhou em direção ao palácio episcopal.
Mas lá ele foi humilhado pelos funcionários do bispo:
 — Novamente é você querendo falar com o bispo? Não vê que ele é um homem muito ocupado?!
 — Esta história de aparição da Virgem está parecendo invenção sua! O que você quer ganhar com isso?
Juan Diego — Não estou inventando, não! É tudo verdade! A Senhora, minha mãezinha, me mandou aqui!
— O que você traz aí escondido? 
Juan Diego responde — São flores que eu colhi no cume do Tepeyac. 
— Olhe, gente, são flores exóticas!
— Mas que flores lindas! Nunca vi tão bonitas!
O índio ainda teve de esperar muitas horas, mas, por fim, os funcionários relataram ao bispo o caso das flores, e este resolveu atendê-lo. Quando chegou diante dele, Diego abriu sua tilma e as flores caíram. Para surpresa e admiração de todos, naquela tosca veste estava estampada uma esplendorosa imagem de Nossa Senhora.
Diante de tamanho sinal, o bispo pôs-se de joelhos, emocionado. Agora ele acreditava! E levantou-se pronto a atender ao pedido feito pela Virgem Santa.
O bispo quis que aquela estampa de Nossa Senhora fosse venerada por todos os fiéis. Primeiramente, ele a expôs na capela do Palácio e depois na igreja principal da cidade. Ali ela permaneceu ficou até ficar pronto o templo que foi construído no Tepeyac, no local indicado por Juan Diego.
Nossa Senhora de Guadalupe, como passou a ser chamada, foi proclamada padroeira da América Latina pelo Papa São Pio X, em 1910. Sua festa é comemorada no dia 12 de dezembro.
Além da história e do milagre, a imagem da Virgem de Guadalupe traz consigo aspectos fascinantes, que intrigam cientistas do mundo inteiro.
A tilma do índio Juan Diego é feita de um tecido grosseiro que se desfaz com o tempo, dura normalmente em torno de 20 anos. Ora, já se passaram quase 500 anos e ela se conserva perfeita, como no dia do milagre.
Durante 100 anos a imagem ficou exposta na igreja e participou de inúmeras procissões sem qualquer proteção. Beijos, toques de mão, umidade e pó: nada afetou o tecido nem a estampa.
Analisando as propriedades da pintura, o Dr. Richard Kuhn, Prêmio Nobel de Química no ano de 1938, não pôde descobrir se a tinta usada é de origem vegetal, animal ou mineral.
Um teste com raios infravermelhos, realizado por técnicos da NASA em 1979, concluiu que o desenho foi feito sem esboço e com apenas uma pincelada.
Porém, a mais fascinante descoberta dos estudiosos na imagem aconteceu durante a análise dos olhos da Santíssima Virgem.
Após várias ampliações da fotografia de Nossa Senhora de Guadalupe, observou-se a impactante figura de um homem de barba em ambos os olhos. 
Mais tarde, utilizando métodos computadorizados de alta tecnologia, descobriu-se um detalhe ainda mais impressionante: todos os personagens presentes na sala, no momento da entrega das flores, inclusive o próprio Juan Diego, estão “fotografados” nos olhos da imagem.
Estudos feitos por inúmeros oftalmologistas revelaram ainda que os olhos têm brilho e luminosidade, e esta luminosidade não é artificial, mas sim de uma pessoa viva...
Este empolgante conjunto de descobertas — para as quais a ciência não tem explicação — poderia resumir-se numa só palavra: milagre... Verdadeira dádiva da Mãe de Deus aos seus amados filhos da América.

domingo, 28 de agosto de 2011

Santo Agostinho

                                      
                                           

       Conheça neste vídeo a vida do grande Santo Agostinho, talvez o maior teólogo e filósofo da história da Igreja, comparável apenas ao grande São Tomás de Aquino. Sua vida foi tormentosa e apaixonante. 
      Dissoluto em sua juventude, chegou a pertencer à herética dos Maniqueus, negando a unidade de Deus. Depois de muitas orações e lágrimas de sua mãe, Santa Mônica, se converteu, tornando-se sacerdote e depois Bispo de Hipona, na África.

sábado, 27 de agosto de 2011

Santa Mônica


Juliane Campos
Santa Mônica nasceu de uma família cristã ema Tagaste, na África, em 322. Rezava e chorava angustiada por um filho transviado. Enquanto rezava sentiu interiormente uma voz grave do bispo que lhe dizia: “Vai em paz e continua a viver assim, porque é impossível que pereça o filho de tantas lágrimas.”

A grande preocupação de sua vida era seu primogênito, Agostinho. Os dois filhos mais novos já se haviam feito católicos e seguiam o caminho da virtude. Mas Agostinho, extraordinariamente inteligente, era rebelde e caprichoso, não se preocupando com a prática do bem.
O jovem havia se entregado ao jogo, à vida dissoluta e, pior de tudo, tinha se tornado membro da seita maniqueísta. 
A aflita mãe redobrou as orações e a vigilância para com aquele que não dava o menor sinal de arrependimento e ainda demoraria muitos anos para converter-se. 

Uma noite ela teve um sonho: Viu-se num bosque, chorando pela perda espiritual de seu filho, quando se aproximou dela um personagem luminoso e resplandecente, que lhe disse: “Teu filho voltará para ti”.
Agostinho decidiu mudar-se para Roma para lá exercer o magistério. Santa Mônica se dispôs a acompanhá-lo, desejosa de ajudá-lo a livrar-se das desordens morais que retardavam cada dia mais sua conversão.
A mãe foi ao seu encalço e o encontrou em Milão onde soube que ele havia deixado a heresia maniqueísta. O futuro Doutor da Igreja travava forte luta interior para aceitar inteiramente a Religião Católica. Fizera uma análise de sua vida, olhando de frente para todas as suas misérias. Gemia sob o peso de seus pecados, chorava e perguntava-se: “Por quanto tempo, por quanto tempo andarei a clamar: Amanhã, amanhã? Por que não há de ser agora?
De repente começou a ouvir a voz de uma criança, vinda de uma casa próxima, que repetia sem cessar: “Toma e lê; toma e lê”. Pressuroso, tomou o livro das Epístolas de São Paulo, abriu ao acaso e leu: “Não caminheis em glutonarias e embriaguez, nem em desonestidades e dissoluções, nem em contendas e rixas; mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não procureis a satisfação da carne com seus apetites.” (Rom. 13, 13). Aquelas palavras lhe penetraram no coração como uma luz que dissipava todas as trevas das dúvidas. Santa Mônica teve, afinal, a ventura de ver o filho convertido.
 Estavam coroados os heróicos esforços dessa mãe que nunca desanimou e seguiu os passos do filho rebelde por todos os cantos, até ver a graça de Deus vencer em sua alma.
O próprio Santo Agostinho narra nas “Confissões” (VIII-12) a reação de sua mãe quando lhe contou a decisiva conversão: “Ela rejubila. Contamos-lhe como o caso se passou. Exulta e triunfa, bendizendo-Vos, Senhor, ‘que sois poderoso para fazer todas as coisas mais superabundantemente do que pedimos ou entendemos’.
Santa Mônica participava das conversas espirituais e filosóficas com extraordinária penetração e um conhecimento da Sagrada Escritura pouco comum. 
Na Páscoa de 387, de volta a Milão, Santo Agostinho e seus amigos foram batizados por Santo Ambrósio, para júbilo e gáudio de Santa Mônica.
Decidindo voltar para a África, dirigiu-se com sua mãe para o porto de Óstia, onde embarcariam. Estando mãe e filho sozinhos, conversavam apoiados a uma janela, discorrendo sobre as mais altas cogitações. Neste colóquio sobrenatural, entraram os dois em êxtase.
Ao final dessa conversa, Santa Mônica disse as seguintes palavras, que Santo Agostinho eternizou em suas “Confissões” (IX-11) : “Meu filho, quanto a mim, já nenhuma coisa me dá gosto, nesta vida. Não sei o que faço ainda aqui, nem por que ainda cá esteja, esvanecidas já as esperanças deste mundo. Por um só motivo desejava prolongar um pouco mais a vida: ver-te católico antes de morrer. Deus concedeu-me esta graça superabundantemente, pois vejo que já desprezas a felicidade terrena para servires ao Senhor.
Que faço eu, pois, aqui?”
Era a despedida deste mundo daquela extremosa mãe. Cinco dias depois, acometeu-a uma febre que a levaria à morte. Totalmente desapegada de tudo e feliz por ver sua família inteira dentro da Igreja que tanto amava, Santa Mônica expressou assim seu último desejo aos seus filhos: “Enterrai este corpo em qualquer parte e não vos preocupeis com ele. Só vos peço que vos lembreis de mim diante do altar do Senhor, onde quer que estejais.” (Confissões; IX-11)

Ao cabo de 9 dias, partiu para a eternidade, aos 55 anos de idade. Santo Agostinho conteve suas lágrimas durante os funerais, mas não as controlou depois que tudo havia passado. Chorou copiosamente por aquela que havia chorado por ele a vida inteira.

Modelo de esposa e mãe cristã, proclamada pela Igreja padroeira das mulheres casadas, Santa Mônica, ao longo dos séculos, tem ajudado na conversão das famílias de milhares de mães e esposas que se encomendaram a ela. Fica para nós um modelo de mãe que soube estar junto de seu filho a cada momento, nunca deixando de pedir a Deus por ele. De seus sofrimentos e suas lágrimas dependeu a salvação do grande Doutor da Igreja. Este deixou para os séculos futuros as seguintes palavras de gratidão e reconhecimento a sua tão querida mãe: “Pela carne, me concebeu para a vida temporal, e pelo coração me fez nascer para a eterna.” (“Confissões” ; IX-8) ²

Pensar antes de agir



 

Muitas vezes nos sentimos estressados no trânsito
E não medimos com quem estamos discutindo...





  

Então nos metemos em discussões que não deveríamos ter iniciado...


 As consequências podem ser diferentes das que esperávamos...
 





                                                                                 



E aí podemos verificar as palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo de que quando não temos forças para lutar com o inimigo, devemos fazer as pazes com ele enquanto estamos a caminho...



Se não seguimos este sábio conselho podemos ter desastrosas experiências...
 


 







Então nos lembraremos para sempre que devemos pensar duas vezes antes de tomar uma atitude...

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O Tesouro escondido


Por Mons. João S. Clá Dias




"O Reino dos Céus é semelhante a um tesouro escondido num campo que, quando um homem o acha, esconde-o e, cheio de alegria pelo achado, vai e vende tudo o que tem e compra aquele campo."


Os detalhes secundários são omitidos pelo Evangelista. Terão, ou não, sido tratados pelo Divino Mestre? Não temos como o saber. Porém, pode-se imaginar o quanto a exposição de Jesus deve ter sido atraentíssima, pelo fato dEle discorrer sobre os temas através de Sua humanidade e, pari passu, ir iluminando, bem dispondo e auxiliando, pela graça e por Seu poder divino, o fundo da alma de cada um ali presente.



Mateus tem um objetivo concreto em mente. Por isso sintetiza a parábola nos seus elementos essenciais, deixando de lado, por exemplo, a indicação de como foi descoberto o tal tesouro. Conhecemos nós episódios havidos na História, a propósito de descobertas deslumbrantes nessa linha.

Por isso, fica ao encargo de nossa imaginação ambientá-la, completando os pormenores. O homem esconde novamente o tesouro. De uma perspectiva moral, procede bem, não se apropriando das riquezas encontradas. E, ao mesmo tempo, mostra-se prudente não deixando à vista aquelas preciosidades, para evitar as tentações que alguém pudesse ter ao deparar-se com elas.
"Não é necessário adequar este dado [o fato de esconder o tesouro] ao significado da parábola, porque, segundo minha teoria, não é parte dela, senão ornato".7
Maldonado discorre sobre este ponto em particular com muito e sábio critério, glosando considerações feitas por São Jerônimo e São Beda.
Parece-nos curioso que os autores concentrem seus comentários sobre o homem que encontra o tesouro, mas sejam displicentes em considerar o terreno onde estava ele escondido.
Seja-nos permitido fazer uma aplicação a esse propósito.
Olhando para os primeiros tempos da Igreja, vemos quanto custou aos judeus e pagãos convertidos "comprar o terreno" no qual se escondia o tesouro da Salvação. A renúncia exigida era total: família, bens, reputação e até a própria vida. Quão bem procederam, entretanto, os que então abraçaram a Fé Católica! A humanidade atual, qual dos dois papéis representa: o do homem que deseja comprar, ou o do que quer vender? Infelizmente, a quase totalidade dos fatos nos inclina à segunda hipótese. Muitos de nós, hoje em dia, caímos na insensatez de não mais nos importarmos com esse tesouro de nossa Fé, que tanto custou aos nossos antepassados, e pelo qual o Salvador derramou todo o Seu Preciosíssimo Sangue no Calvário. Por quão miserável preço vendemos, alguns de nós, esse tão elevado tesouro, tal como fez Esaú com sua primogenitura, ao trocá-la por um mísero prato de lentilhas! Hoje, mais do que nunca, multiplicam- se as "lentilhas" da sensualidade, da corrupção, do prazer ilícito, da ambição, etc.
Aqui também poderia estar incluída a figura do religioso que se deixa arrastar pelos afazeres concretos e vai se olvidando do "tesouro" pelo qual tudo abandonou em seu primitivo fervor.
Essa plenitude de alegria do homem da parábola deve nos acompanhar a vida inteira, sem interrupção, por ser um dos efeitos da verdadeira Fé. A virtude é um dom gratuito; não se compra. Entretanto, sua posse contínua e crescente custa esforços de ascese, piedade e fervor. É preciso "vendermos" todas as nossas paixões, caprichos, manias, vícios, sentimentalismos, etc., em síntese, toda a nossa maldade. É o melhor "negócio" que se possa fazer nesta Terra.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A freira gulosa


Por Alexandre de Hollanda Cavalcanti
Conta-se que num convento de clausura as virtuosas freiras viviam a Quaresma em tão grande austeridade que ao final do período penitencial já as irmãs estavam emagrecidas e com semblante abatido pelas duras penitências e jejuns.
Porém havia entre elas uma que gostava de «cuidar da vida dos outros» e, no canto matutino do Ofício, enquanto os olhares recolhidos das austeras consagradas dirigiam-se tão somente às páginas do texto e partitura do cântico sacro, a curiosa irmã alternava seu olhar perscrutante pelos rostos de todas as irmas e, de repente, fixou-se em uma: bem nutrida, rosada, cheia de saúde, em contraste com os rostos macerados das outras freiras.
Terminada a oração a superiora é procurada pela curiosa freira que denuncia: Madre, eu creio que a Irmã Sabina não está cumprindo a regra do jejum.
- Como é isso? Faz parte de nossas regras o jejum preparatório durante toda a Quaresma, não podemos permitir violações!
- Desculpe, Madre, mas viu como ela está rosada, bem nutrida?
- Deixe comigo. Eu mesma vou verificar isto.
À noite, a superiora foi pé ante pé à cozinha, e escondeu-se por detrás das escuras cortinas da janela. Não demorou muito e ouviu passos. Olhando para um lado e para o outro, dirigia-se a Irmã Sabina ao armário onde estavam guardadas as guloseimas para a solene ceia Pascal, depois de terminadas as penitências da Quaresma. Não percebendo a silenciosa presença da superiora, abriu o armário e começou a deliciar-se com os doces, queijos, linguiças e outras «preciosidades» que ali estavam guardadas.
Neste momento, a superiora, sem sair de seu esconderijo, procurando falar com uma voz grave e tenebrosa, ecoando entre as abóbadas góticas da cozinha conventual disse cavernosamente:
- Irmã Sabina! Estais violando as regras! Ah, ah, ah...
- Quem está aí? - Perguntou assustada a gulosa freira.
- Eu, que te tentei a violar as regras...
O coração da freira pulsava em disparado... Mas, quem és?
- O demônio! - Respondeu a cavernosa voz.
- Ufa! Pensei que fosse a superiora! - e continuou comendo desaforadamente.
Esta hilariante anedota é muito interessante para nos ressaltar uma realidade bem patente: Todos nós sabemos que o tempo inteiro estamos diante de Deus, mas muitas vezes respeitamos mais a presença de uma pessoa que a do próprio Criador.
Nós nunca estamos a sós. Deus está sempre presente e a Ele vamos dar conta até de nossas palavras ociosas. Todas as vezes em que nossa consciência nos indicar que algo não deve ser feito, lembremo-nos que se desobedecemos estamos fazendo-o diante de Deus e de toda a humanidade, pois no dia do Juízo final, todos conhecerão cada uma de nossas ações, boas ou más.
Conhecendo esta nossa terrível fraqueza, Cristo instituiu o Sacramento da Penitência ou Confissão, a fim de que, tendo que confessar diante de um homem concreto, isso nos ajuda a compreender o mal que cometemos e nos previne de cometer outras vezes. O sacerdote representa a Deus e é ao Criador que confessamos e de quem recebemos o perdão, mas a presença física e material do ministro do Sacramento é indispensável para que alcancemos o perdão.
Esta é mais uma razão pela qual a confissão deve ser freqüente: Para que tenhamos sempre presente na hora da tentação, que vamos ter que confessar este pecado, e nos lembrarmos que o cometemos diante do próprio Deus que nos criou.
«Deus toma profundamente a sério nossa falta de seriedade». (Plinio Corrêa de Oliveira)

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São Luís Rei de França


São Luís nasceu em 1214 e subiu ao trono de França aos vinte e dois anos de idade. Contraiu matrimônio e teve onze filhos a quem ele próprio deu uma excelente educação. Distinguiu-se pelo seu espírito de penitência e oração e pelo seu amor aos pobres. Na adminsitração do reino foi notável o seu zelo pela paz entre os povo, e mostrou-se tão diligente na promoção material dos seus súditos como na sua promoção espiritual. Empreendeu duas cruzadas para libertar o sepulcro de Cristo e morreu perto de Cartago no ano 1270.

Do Testamento Espiritual de São Luís a seu Filho

Filho dileto, começo por querer ensinar-te a amar ao Senhor, teu Deus, com todo coração, com todas as forças, pois sem isto não há salvação.

Filho, deves evitar tudo quanto sabes desagradar a Deus, quer dizer, todo pecado mortal, de tal forma que prefiras ser atormentado por toda sorte de martírios a cometer um pecado mortal.

Ademais, se o Senhor permitir que te advenha alguma tribulação, deves suportá-la com serenidade e ação de graças. Considera suceder tal coisa em teu proveito e que talvez a tenahs merecido. Além disso, se o Senhor te conceder a prosperidade, tens de agradecer-lhe humildemente, tomando cuidado para que nesta circunstância não te tornes pior, por vanglória ou outro modo qualquer, porque não deves ir contra Deus ou ofendê-lo valendo-te de seus dons.

Ouve com boa disposição e piedade o ofício da Igreja e enquanto estiveres no templo, cuida de não vagueares os olhos ao redor, de não falar sem necessidade; mas roga ao Senhor devotamente quer pelos lábios quer pela meditação do coração.

Guarda o coração compassivo para com os pobres, infelizes e aflitos, e quando puderes, auxilia-os e consola-os. Por todos os benefícios que te foram dados por Deus, rende-lhe graças para te tornares digno de receber maiores. Em relação aos teus súditos, sê justo até ao extremo da justiça, sem te desviares nem apra a direita nem para a esquerda; e põe-te sempre de preferência da parte do pobre mais que do rico, até estares bem certo da verdade. Procura com empenho que todos os teus súditos sejam protegidos pela justiça e pela paz, principalmente as pessoas eclesiásticas e religiosas.

Sê dedicado e obediente a nossa mãe, a Igreja Romana, ao Sumo Pontífice, como pai espiritual. Esforça-te por remover de teu país todo pecado, sobretudo o de blasfêmia e heresia.

Ó filho muito amado, dou-te, enfim toda benção que um pai pode dar ao filho e toda Trindade e todos os santos te guardem do mal. Que o Senhor te conceda a graça de fazer sua vontade de forma a ser servido e honrado por ti. E assim, depois desta vida, iremos juntos vê-lo, amá-lo e louvá-lo sem fim. Amém.

-- Fonte: Liturgia das Horas

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Dez maneiras fáceis de criar um delinqüente


1- Comece, na infância, a dar ao seu filho tudo o que ele quiser. Assim, quando ele crescer, ele acreditará que o mundo tem obrigação de lhe dar o que deseja;

2- Quando ele disser nomes feios, ache graça. Isso o fará considerar-se interessante;

3- Nunca lhe dê orientação religiosa. Espere até que “ele chegue aos 18 anos, para que ele decida por si mesmo”;

4- Apanhe tudo o que ele deixar jogado, livros, sapatos, roupas, etc... Faça tudo para ele, para que aprenda a jogar sobre os outros toda a responsabilidades;

5- Discuta com freqüência na presença dele. Assim, não ficará muito chocado quando o lar se desfizer mais tarde.

6- Dê-lhe todo o dinheiro que ele quiser. Nunca deixe ele ganhar seu próprio dinheiro, por que terá ele que passar pelas mesmas dificuldades que você passou?;

7- Satisfaça todos os seus desejos de comida, bebida, conforto. Negar pode acarretar frustrações prejudiciais;

8- Tome o partido dele contra vizinhos, professores, e policiais. (Todos tem má vontade com seu filho);

9- Quando ele se meter em alguma encrenca, dê está desculpa: ''Nunca consegui dominá-lo'';

10- Prepare-se para uma vida de desgostos. É o seu merecido destino;

Fonte: Lista preparada pelo departamento de policia de Houston, Texas, EUA.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Pensamento rápido - A TV na família



Uma professora pediu aos alunos que escrevessem sobre o que gostariam que Deus fizesse por eles. À noite, corrigindo as redações, ela se depara com uma que a deixa muito emocionada.
O marido, que acabara de chegar, a vê chorando e pergunta: 
- O que aconteceu, meu bem?
- Leia! - Disse ela - é a redação de um menino.
“Senhor, esta noite te peço algo especial: Me transforme em um televisor!
Quero ocupar o seu lugar, viver como vive a TV em minha casa.
Ter um lugar especial para mim e reunir minha família ao redor.
Ser levado a sério quando falo.
Quero, Senhor, ser o centro das atenções e ser escutado sem interrupções nem questionamentos.
Quero receber o mesmo cuidado especial que a TV recebe quando não funciona. E ter a companhia do meu pai quando ele chega em casa, mesmo que esteja cansado. E que minha mãe me procure quando estiver sozinha e aborrecida, em vez de ignorar-me. E ainda que meus irmãos “briguem” para estar comigo.
Quero sentir que a minha família deixa tudo de lado, de vez em quando, para passarmos alguns momentos juntos.
E, por fim, Senhor, que eu possa divertir a todos.
Senhor, não te peço muito...  Só quero viver o que vive qualquer televisor do mundo.
Ao conclui a leitura, o marido da professora exclama: 
- Meu Deus, coitado desse menino. Que pais insensíveis ele deve ter. Dá pena mesmo! 
A professora olha desconsolada e diz:
- Essa redação é do nosso filho...
Basta um comentário: Pense nisso! 

Receita simples e deliciosa...

   por Alexandre de Hollanda Cavalcanti

          Saindo um pouco das abstrações teóricas da teologia especulativa, passemos a uma experiência antropológica de espectro muito mais próximo e reduzido que a imanência eterna e inefável de Deus, mas sempre pertencente à economia salvífica em sua condescendência encarnatória, onde o próprio Deus, ato e espírito puro, se fez homem e participou das experiências humanas.

        Entre as variegadas experiências humanas está a do paladar. Aos apreciadores da boa mesa, com freqüência acusamos, talvez injustamente, de gulosos... Mas, se do cozinheiro se exige perfeição na culinária, por que motivo se apontará como imperfeição o saber degustar, com temperança, um bom prato ou uma boa bebida?
       Não excluímos, pois, a boa cozinha, nem de seu campo de ação cultural, nem de sua meta de perfeição. Fica apenas aos gulosos o cuidado de não abusarem das maravilhas da boa mesa, e saberem agradecer a Deus os benefícios que Ele nos concede, entre os quais se conta a comida requintada.
       E, a favor dos “gulosos”, é bom lembrar que as melhores receitas de doces saíram dos conventos...
      Aqui fica, então, uma boa receita, a qual, esperamos, não seja tentação para ninguém, mas sim convite à perfeição: Delícia de Abacaxi, ou de outras coisas...

Ingredientes: Um abacaxi grande (ou dois pequenos)./ Um litro de leite./ Uma lata de leite condensado./ Uma lata de creme de leite sem soro (não usar de caixinha)./ Uma colher e meia (de sopa) de maisena./ Quatro ovos./ Quatro colheres (de sopa) de açúcar refinado./ Essência de baunilha.

Preparo: Descasque o abacaxi e corte em cubinhos. Acrescente uma xícara de açúcar e meio copo de água. Cozinhe até ficar bem amarelado. Coloque num pirex e deixe esfriar. Bata no liquidificador o leite, a maisena, o leite condensado e as gemas, cozinhando em seguida, mexendo sempre, até ferver. Coloque este creme sobre o abacaxi e deixe esfriar. Bata as claras em neve, bem firmes e acrescente o açúcar, batendo em suspiro. Misture (com uma colher e não na batedeira) o creme de leite sem o soro e a baunilha, coloque este creme em cima do outro. Leve ao congelador por duas horas, sem deixar congelar.

Sugestão: Você pode substituir o abacaxi por outra fruta em compota (maçã, pera, cerejas, pêssego, etc), mas tenho uma boa sugestão: bananas carameladas! Neste caso, derreta uma xícara e meia de açúcar, em ponto de caramelo, jogue as bananas (umas 20), mexendo um pouco, acrescente um litro de leite coalhado (basta pingar um pouco de vinagre ou limão), deixe cozinhar até as bananas ficarem moles e avermelhadas.


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Eu fui torpedo humano



Pe. Ooki, S.J.

        Eu cursava o segundo ano da Universidade de Tókio quando estalou a guerra no Pacífico. Ardendo em mim o ideal de fazer alguma coisa grande pela minha pátria e pelo meu Imperador, ofereci-me como voluntário na frota dos submarinos.
  Inventaram então os torpedos humanos: potentes bombas guiadas por voluntários, metidos dentro, que dirigiam e faziam explodir esses engenhos mortíferos no casco dos navios, nossos inimigos.
Como me dominava o ideal apaixonante de fazer o mais possível, alistei-me como voluntário na flotilha (pequena frota) desses torpedos suicidas.
    Nessa altura acreditava sinceramente que o Imperador do Japão era Deus e pensava que, morrendo ao seu serviço, receberia grande recompensa depois da morte.
Cada dia, ao ouvir a lista dos nomes dos meus colegas que tinham dado a vida pela pátria e pelo Imperador na explosão dos torpedos, sentia dentro do meu peito incrível emoção e perguntava-me a mim mesmo:
-- Quando chegará a hora em que também eu entrarei num torpedo?
Durante vários meses vi partir os afortunados companheiros que marchavam para aquela heróica e mortal aventura. Tinha-lhes inveja!

Por fim, ouvi o meu nome! Era chegado o dia do meu grande heroísmo e da minha recompensa para além da morte. Pela manhã soaram as sirenes avisando-nos que estivéssemos prontos para entrar em ação. A minha vibração e entusiasmo foram incríveis quando ouvi, através dos alto-falantes, o meu nome. Era um dos escolhidos para dirigir um torpedo de morte. Ia finalmente dar a vida pela Pátria e pelo Imperador!
Deram-me sete minutos para revistar os motores e os aparelhos.
Vesti o meu traje de escafandro e, antes de me sentar ao volante, lavei o rosto e refresquei a testa, porque queria estar plenamente consciente, sem sombra de enjôo, nos últimos momentos da minha vida. Contendo a respiração, esperava o sétimo minuto para ouvir o sinal de partida e lançar-me disparado para o mar e daí para a eternidade.
Sucedeu então o imprevisto. As sirenes soaram longamente em toque de atenção. Com o meu nervosismo quase punha o motor em andamento e me lançava para a frente sem esperar a hora exata da partida. Contive-me, porém, continuando atento. O que eu ouvi não foi a ordem de marchar, mas uma contra ordem. Deixar os torpedos suicidas e voltar para o porto.
Todos nós, os rapazes da morte, manifestamos ansiedade e contrariedade nos nossos olhares, perguntando uns aos outros: -- Que foi isto? Por que essa mudança tão repentina?
Já tínhamos deixado cartas de despedida escritas aos pais, às noivas, aos amigos, comunicando-lhes que íamos morrer pela Pátria e pelo Imperador. Até tínhamos encarregado alguém de deixar essa correspondência no correio.
Em breve chegou até nós a terrível notícia, mais terrível que nos metermos no torpedo para morrer. Era a madrugada do dia 15 de Agosto de 1945: a guerra tinha terminado. O nosso império japonês estava vencido e pedia a paz sem condições. Mordi a língua de raiva e muitos dos meus companheiros choravam.
Durante longo tempo os nossos corações ficaram invadidos pela sensação da derrota e do fracasso. Numerosos colegas não puderam suportar a idéia de o Japão ter ficado derrotado e acabaram com a vida suicidando-se. Para mim o mais impressionante e doloroso foi ouvir pela rádio a mensagem em que o imperador anunciava a todos os japoneses, que não era Deus, mas um homem como outro qualquer. (Mais tarde soube-se que foram os americanos que o obrigaram a fazer tal declaração). Pareceu-me que tudo aluía (desmoronava) à minha volta. A minha vida estava vazia de sentido. Por que andava eu a combater por um homem como os outros?
Certo dia, dando voltas a tão preocupantes e tristes pensamentos, passei por acaso diante de um edifício em que entravam jovens sorridentes e alegres. Movido pela curiosidade, juntei-me a eles e entrei no recinto. As primeiras palavras que ouvi gravaram-se de tal modo na minha alma, que jamais as esqueci:
"Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, nasceu por nosso amor, amou-nos a tal ponto que deu a sua vida para nos salvar a todos".
Sem saber, tinha entrado pela primeira vez numa igreja católica, onde um sacerdote dirigia a palavra aos fiéis. Foi a primeira vez na minha vida que ouvi falar em Jesus Cristo. Senti aí uma impressão muito profunda.
Eu estava para dar a vida por quem não era Deus, quando tinha sido salvo por um Deus que se fez homem. Compreendi um pouco o seu amor e pensei: "Por este Homem-Deus não havia eu de fazer nada?"
Continuei a freqüentar aquela igreja para instruir-me na Fé católica, até que falei com um sacerdote. A história de Jesus que nasceu pobre e morreu a amar e perdoar foi luz que iluminou a minha alma. Por misericórdia do Senhor recebi a Fé e fui batizado.
Eu queria fazer alguma coisa grande por Jesus Cristo, como antes tinha desejado fazê-la pelo meu imperador e pela minha Pátria.
Hoje, pela graça de Deus, não só sou cristão, mas também sacerdote católico. Convenci-me que só pelo sacerdócio me poderia entregar todo Àquele Senhor que tanto me amou e deu a sua vida por mim. Agora o meu ideal é trabalhar para que todos os meus irmãos japoneses recebam o benefício da fé e a felicidade eterna.