Por Alexandre de Hollanda Cavalcanti
Esta
invocação está intimamente ligada à primeira manifestação de Maria na história
da humanidade.
O
Monte Carmelo fica na Galileia e foi lá que o profeta Elias estava rezando após
três anos e meio de seca que afligia todo o povo de Israel.
Uma
pequena nuvem, do tamanho da palma de uma mão apareceu por cima do mar e o
profeta mandou avisar ao rei que a chuva cairia sobre o país, salvando o povo
da miséria e da seca.
Aquela
nuvem era um sinal da Virgem Maria, pois assim como ela anunciava a chuva
salvadora, a humilde Maria anunciou e trouxe em si mesma a grande chuva de
graças de nossa Redenção que foi Nosso Senhor Jesus Cristo.
Uma
antiga tradição diz que os discípulos de Elias, em lembrança daquela visão,
fundaram uma congregação no próprio Monte Carmelo para homenagear a Mãe do
Messias que viria para salvar a humanidade.
Segundo
a mesma tradição, esta Congregação no dia de Pentecostes, eles abraçaram o
cristianismo e erigiram no Monte Carmelo um santuário à Santíssima Virgem,
naquele mesmo lugar, onde Elias vira aparecer a nuvenzinha. Adotaram eles o
nome de Irmãos da Bem-Aventurada Maria do “Monte Carmelo”.
Em
1225, o inglês Simão Stock tornou-se carmelita e no ano seguinte viajou a Roma
onde a Ordem foi oficialmente reconhecida em 1.226, depois de uma aparição da Santíssima
Virgem ao Papa Honório III.
Os
carmelitas sofreram terríveis perseguições, mas a Virgem Santíssima sempre teve
uma predileção especial pela primeira Ordem erigida em seu louvor e por isso,
em 16 de julho de 1251, enquanto São
Simão Stock, já superior geral, rezava, diante dele apareceu Maria Santíssima,
rodeada de uma multidão de anjos, e trazendo, em suas mãos, o Escapulário da
Ordem, dizendo essas palavras: “Meu
filho, eis o meu escapulário, que será o distintivo de minha Ordem. Aceita-o
como um penhor de privilégio, que alcancei para ti e para todos os membros da
Ordem do Carmo. Todo aquele que morrer revestido deste santo Escapulário, não
arderá nas chamas do Inferno. Este hábito é um sinal de salvação, uma segurança
de paz e aliança eterna”.
Em
pouco tempo o Escapulário de Nossa Senhora do Carmo já cobria desde os mais
humildes camponeses até Papas, Cardeais e Bispos.
Em
1314, Nossa Senhora aparecendo ao Papa João XXII e prometeu especial proteção
aos que trouxessem o Escapulário, acrescentando que os livraria do purgatório,
no primeiro sábado após sua morte. Este Papa publicou a Bula Sabatina,
estabelecendo os privilégios e condições do uso do Santo Escapulário.
Um
costume muito salutar é beijar o Escapulário todo dia, e rezar 3 Ave-Marias,
pedindo a graça de não cair em pecado grave.
A
morte, por dolorosa que seja, é inevitável. Todos nós passaremos por ela. Por
isso, é preciso nos prepararmos, pois será nossa última e principal batalha.
O
Escapulário que Deus nos entrega pelas mãos de Maria será a melhor arma para
esse momento tão difícil, porque Ela prometeu estar presente para acompanhar
seus devotos nessa hora em que disputamos a posse eterna do céu.
Às
vezes somos tendentes a empobrecer a devoção a Nossa Senhora do Carmo
imaginando que o Escapulário é uma espécie de amuleto que dá sorte. Entretanto,
ele é um símbolo de algo que precisamos viver em profundidade: sermos devotos
de Maria Santíssima e imitar suas virtudes, sendo verdadeiros cristãos.
A
principal condição que Nossa Senhora colocou foi a guarda da castidade, segundo
o estado de cada um. Além disso, desapegar-se das coisas materiais, guardando a
pureza da alma e do corpo.
As
condições estabelecidas pela Igreja para a utilização do Escapulário, são as
seguintes:
-
Receber
o escapulário das mãos de um sacerdote habilitado para fazer a imposição e
usá-lo com devoção. Quando precisar mudar o escapulário, aí já não é mais
necessária a bênção.
- Convém rezar
diariamente algumas orações marianas, normalmente um terço ou, pelo menos sete
Pai-Nossos, sete Ave-Marias e sete Glória ao Pai.
Os
decretos pontifícios não estabelecem uma oração específica. Geralmente o
sacerdote indica no momento em que faz a imposição do escapulário.
- A pessoa deve conservar
a castidade própria ao seu estado e rezar as horas marianas. Quem não puder
cumprir esta segunda condição, observe a abstinência de carne nas
quartas-feiras e sábados. As duas obrigações de recitar o ofício mariano e a
abstinência de carne podem, se houver razões suficientes, ser comutadas em
outras equivalentes.
São
inúmeros os casos de milagres operados pela devoção ao Santo Escapulário:
1
- A revista americana THE SCAPULAR transcreve o seguinte episódio: “Há pouco
tempo, um capelão militar entrou em um vagão de trem onde se achava um soldado.
Este, não percebendo que o capelão era protestante, cumprimentou-o e entabulou
conversa, apresentando-se:
“Padre,
eu sou Billy Rive, o soldado que foi atingido pela bala que se achatou no Escapulário”.
E tirou do bolso o bentinho rasgado. A bala atravessou a roupa e eu caí.
Julguei que tivesse chegado o último momento. Quando voltei a mim, o capelão estava
curvado sobre mim: ele não era católico e quando viu o ocorrido, chamou o
sacerdote. Tiraram do bentinho a bala achatada e a única consequência foi uma
leve contusão”.
O
ministro tomou o bentinho das mãos do soldado e estudou cuidadosamente. Depois
de prolongado silêncio disse: “Não sou católico, mas será que eu poderia usar o
escapulário também?”. Billy Rice antes de ir para a guerra tinha abandonado sua
fé católica. Foi somente por insistência de sua mãe que prometera usar o
Escapulário do Carmo.
Nas
histórias de Santos, normalmente se contam casos que aconteceram com pessoas
que não conhecemos. Mas eu tenho um caso em que eu mesmo sou testemunha. Eu
tive um aluno, um rapazinho aqui em São Paulo que estudava, em regime de
semi-internato, num colégio católico e recebeu o escapulário. Pouco a pouco o
rapaz, iludido com os atrativos do mundo estava se afastando da Religião e se
percebia que, dentro alguns anos, sobretudo quando viessem as solicitações
próprias da adolescência, ele provavelmente se afastaria totalmente de Deus.
O
pai e a mãe dele rezavam sempre pedindo a proteção de Nossa Senhora para seu
filho. Ele ficava toda a semana no colégio e nos fins de semana ia para a casa
dos pais, de trem. Certa vez ele despediu-se do diretor do colégio e foi para
casa. Quatro dias depois o pai telefona para o colégio perguntando por que o
filho não foi para casa naquele final de semana.
-
Mas ele saiu daqui na sexta-feira à tarde! - Disse o diretor.
-
Até hoje não chegou em casa, disse o pai, já com a voz embargada.
O
diretor do colégio foi com o pai a várias delegacias e hospitais, mas nada.
Restava apenas um lugar: o IML.
Chegam
lá, perguntam ao funcionário se tinha dado entrada o corpo de algum jovem falecido.
Imaginem
a aflição daquele pai, enquanto o funcionário procurava nas fichas...
Tem
aqui um rapaz de uns 14 ou 15 anos, mas não temos nenhum documento pois estava
sem nada nos bolsos.
O
pai, muito católico e também um homem de muita fibra, muito decidido estava
percebendo que tinha perdido seu filho, mas preocupava-se, sobretudo, como o
destino eterno do menino. Ele teria se salvado? Pedia a Deus um sinal.
Enquanto
o funcionário puxava a gaveta, comentava com o pai: “Não sei se o Sr. vai
conseguir reconhecer, foi atropelado por um trem...
Apareceram
primeiro as pernas, totalmente despedaçadas, o abdome, o peito... e aí o pai
viu o escapulário que o menino segurava com uma das mãos!
Entre
lágrimas o pai dizia. Perdi o meu filho, mas graças a Deus ele está no céu.
Nossa Senhora me deu o sinal!
Um
outro jovem, de 16 anos, também conhecido meu, que morava em Itaquera, São
Paulo, afogou-se na praia de Bertioga e foi levado pelo mar. Os bombeiros
encontraram seu corpo, três dias depois em uma ilha, segurando, com as duas
mãos o escapulário!
É
impressionante o fato narrado na vida de São João Batista Vianey, conhecido como
o Santo Cura D´Ars: Ele confessava uma moça. Em certo momento ele olhou para
ela e perguntou: “Não te lembras daquele baile em que entrou um rapaz muito
elegante e começou a dançar com as outras moças”
-
Como o Sr. sabe?
Sem
responder, continuou o santo: “Lembras como ele não te convidou, te sentiste
desprezada?” - Lembras que ao se retirar ele do salão, parecia saírem faíscas
de seus sapatos? - “Pois bem, aquele rapaz estava possuído pelo demônio, e não
se aproximou de ti porque trazias o Escapulário.
Em
Fátima, coroando todas as aparições, que foi o acontecimento mais importante do
século XX, Nossa Senhora quis mostrar-se a Lúcia vestida com o hábito dos
carmelitas, com o seu Escapulário, mostrando que o principal simbolismo do
escapulário é ser a veste da própria Virgem Maria.
Usemos o escapulário com toda a
devoção, com todo o amor e, sobretudo, sejamos fervorosos devotos de Nossa
Senhora, pois Ela é o caminho pelo qual Jesus veio até nós e Ela é o caminho
certo, pelo qual nós iremos a Jesus.
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