Ela nasceu em plena Idade Média, no ano de 1174 numa região chamada Silésia, que ficava entre a Alemanha e a Polônia.
Seus pais eram nobres e deram à pequena Edwiges uma cuidadosa educação, baseada na Fé e no amor a Deus e ao próximo.
Naquela época as moças casavam-se muito cedo e, com apenas 12 anos, Edwiges casou-se com o Duque da Silésia, Henrique, que depois foi também Duque da Polônia.
Esposa exemplar, a Duquesa Edwiges em pouco tempo conquistou todos os que estavam sobre suas ordens, através da forma carinhosa de tratá-los. Transformou seu lar num grande templo de Deus. Fiel ao Mandamento divino, ela foi mãe pela primeira vez aos treze anos e teve, no total, seis filhos. Aos 32 anos, com o consentimento de seu marido, fez o voto de castidade.
Seu espírito de oração e sua profunda intimidade com o sobrenatural robusteciam sua fé e seu vigor nas dificuldades. Para alcançar a conversão dos pecadores, submetia-se ao sacrifício de jejuns diários, limitando-se a comer alguns legumes secos nos Domingos, Terças, Quintas e Sábados. Nas Quartas e Sextas-feiras somente pão e água.
No tempo do Advento e da Quaresma, Edwiges se alimentava só para não cair sem sentidos. O esposo não aceitava aquela austeridade. Numa Quarta-feira de Quaresma ele esbravejou por não haver vinho à mesa, mas somente água. Edwiges então ofereceu-lhe uma taça com água e ao entregá-la ao marido, estava transformada em vinho. Este foi um dos muitos milagres que ela realizou.
Algum tempo depois Edwiges caiu vítima de uma grave enfermidade. Foi preciso que Guilherme, Bispo de Módena, representante do Papa para aquelas regiões, exigisse com uma severa ordem a interrupção de seu jejum. A Santa obedeceu, mas ela mesma dizia que isto era mais mortificante do que a sua própria doença.
Com o passar do tempo Edwiges desapegou-se das coisas materiais e foi morar com seus amigos nas dependências do Mosteiro.
A Duquesa Edwiges rezava diariamente o Ofício Divino na Capela do Castelo, nunca o abandonando mesmo diante das maiores dificuldades. Era comum os nobres assistirem a Santa Missa em seu próprio castelo, mas ela fazia questão de ir à Igreja assistir o Santo Sacrifício junto com o povo.
Seu amor ao Santíssimo Sacramento era algo admirável. Isto a levava a assistir não apenas uma Missa ao dia, mas todas as Missas que pudesse se fazer presente.
Grande admiradora de São Bernardo de Claraval. Ela fazia a constante meditação da Paixão e Morte de Jesus e levava as pessoas da corte a fazerem o mesmo.
Como Duquesa da Silésia e da Polônia, ela espalhou por toda a parte a devoção à Santíssima Virgem. Costumava levar consigo uma pequena Imagem de Nossa Senhora, e, de vez em quando a colocava diante de si para rezar. Com esta imagem ela abençoava os doentes e necessitados, alcançando-lhes a cura.
No momento de sua morte, Santa Edwiges segurava com tanta força esta imagem, que não a conseguiram tirar de sua mão e assim ela foi sepultada com a Imagem de Nossa Sernhora na mão esquerda. Anos depois, quando foi exumada, os três dedos que seguravam a imagem estavam intactos.
Edwiges dedicou toda sua vida na construção do Reino de Deus. Exerceu fortes influências nas decisões políticas tomadas pelo marido, interferindo na elaboração de leis mais justas para o povo. Junto com o marido construiu Igrejas, Mosteiros, Hospitais, Conventos e Escolas. Por isto, em algumas representações a Santa aparece com uma Igreja entre as mãos.
Além da oração e da penitência, a Duquesa destacava-se por seu amor aos pobres e sofredores. Encontrando duas mulheres desempregadas, convidou-as a cozinhar para os pobres em seu castelo. Na realidade a própria duquesa alimentava-se da comida preparada para os indigentes.
Nobre e de finíssima educação, Santa Edwiges era, entretanto, modelo de humildade. Além do jejum, ela usava a disciplina e o cílício, privava-se do sono e andava muitas vezes descalça nas regiões nevadas de seu país.
Ela tinha um carinho especial pelas mulheres e crianças abandonadas. Encaminhava as viúvas para os conventos onde estariam abrigadas em casos de guerra e as crianças para escolas, onde aprendiam um ofício. Era misericordiosa e socorria também os endividados. Em certa ocasião, quando visitava um presídio, ela descobriu que muitos ali se encontravam porque não tinham como pagar as suas dívidas. Desde então, Edwiges saldava as dívidas de muitos e devolvia-lhes a liberdade. Procurava também para eles um emprego. Com isto eles recomeçavam a vida com dignidade, evitando a destruição das famílias em uma época tão difícil como era aquela do século 13.
Assim, Santa Edwiges, é considerada a Padroeira dos pobres e endividados e protetora das famílias.
Depois da morte do marido e tendo perdido quase todos os filhos, Santa Edwiges foi morar no convento cirterciense, dedicando inteiramente sua vida para ajudar os pobres e necessitados, além de libertar os prisioneiros e unir as famílias.
Pouco tempo depois, os mongóis invadiram a Polônia. Seu filho Henrique II preparou-se para enfrentar os inimigos. Porém, Santa Edwiges pediu que ele esperasse a chegada dos reforços de seu exército. Não dando ouvidos aos conselhos da mãe, Henrique partiu para o combate e morreu no campo de batalha em abril de 1241
Ao saber da notícia da morte do filho, Edwiges, voltou os olhos ao céu e disse: “Agradeço a ti, Senhor, por teres sido tão bom para comigo e ter-me dado um filho que sempre me amou, respeitou nunca deu motivo de tristeza. Embora eu desejasse tê-lo vivo, sei que ele está unido ao Salvador e com ele eu me uno também. Humildemente recomendo a Ti, Senhor, a sua alma”.
No ano seguinte, 1243, Edwiges adoeceu várias vezes e em uma delas encontrou-se realmente muito debilitada. Pediu ao Padre Mateus, monge cisterciense, que lhe administrasse a Sagrada Unção dos Enfermos. Assim ela se prepara para a passagem desta vida para a eternidade. Foram dias de muitas orações. Edwiges recebeu visitas de muitos Santos. Finalmente no dia 15 de Outubro de 1243 a Duquesa Edwiges da Silésia deixou este mundo, entrando no Reino dos Céus. Como no dia 15 de Outubro celebra-se Santa Teresa de Ávila, a comemoração de Santa Edwiges passou para o dia 16 de Outubro.
Partindo desta terra, Santa Edwiges mostrou a todos que, continuando a vida após a morte, a pessoa verdadeiramente santa faz por seus irmãos muito mais do que fazia na terra. Se em vida ela auxiliava os pobres, doentes, os desempregados e os endividados de seu reino, subindo aos céus ela continua auxiliando não só os de seu reino mas os de todo o mundo. Se temos alguma dificuldade em nossa vida, em nossa família, recorramos com confiança a Santa Edwiges e tenhamos a certeza de que ela será nossa aliada junto a Deus, por intermédio de Maria.
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