Por Mons. João S. Clá Dias
Muitos têm uma idéia errada de que a santidade é um caminho reservado aos religiosos; para os que fizeram os votos de obediência, pobreza e castidade – claro! – tem que ser santo! Mas aqueles que estão na sociedade e escolheram a via do matrimônio, não precisam desejar a santidade para si. Basta, de vez enquanto, dar uma passadinha pela igreja, uma missa muito rápida aos domingos e pronto, nada mais... Não é verdade!Todo batizado é chamado a ser santo. O chamado à santidade, de forma extraordinária, tem o que segue as vias da religião pelos votos. Mas, de forma comum, são chamados à santidade todos aqueles que vivem na sociedade e que tenham constituído família: pai, mãe e filhos, dentro da sociedade, são chamados à perfeição. Tanto é assim que Deus dá a inclinação para o casamento a todos; aos que vivem na sociedade, quanto aos seguem uma vida religiosa.
Um esclarecimento: todos os que estão na vida religiosa, apesar de possuírem esta inclinação natural, fazem uma renuncia voluntária de constituírem família, para assim melhor servir a Deus. Claro está que quem fica na sociedade não necessita fazer esta renuncia, segue as vias do matrimônio. Ora, como todos são chamados à santidade, os que fazem os votos e os que não o fazem, seguindo as vias do casamento: todos, portanto, estão chamados à perfeição.
Entretanto, a castidade deve ser praticada tanto pelos religiosos, quanto pelos que se casam, porque é uma virtude que está ligada a dois mandamentos da lei de Deus: o 6º e o 9º mandamentos.
O casamento que se realizou em Caná tem algo daquele feito por Nossa Senhora com São José, pois ela também se casou.Infelizmente o mundo moderno vai perdendo a noção do verdadeiro sentido do casamento, julga-se cada vez mais que o objetivo deste é a fruição e esta, fora dos padrões que a moral permite. Quem casa não deve pensar que viverá em eterna delícia. Todo casal terá suas cruzes que virão inevitavelmente ao longo da vida de todos os dias. Ambos devem aceitar essas cruzes em vista da perfeita união e harmonia da família e a educação e santificação dos filhos, que é o objeto principal de todo casamento.
Por outro lado, o casal julga que o respeito mútuo não deve existir. Não é verdade. A vida conjugal exige respeito igual a que se tem por uma outra qualquer pessoa. Quantos erros a respeito do casamento existem hoje em dia! Tem-se a impressão que já se perdeu a noção de que ele foi estabelecido por Deus e é querido por Ele para se constituir a base de uma sociedade sadia. Portanto, estabelecido com a finalidade de apoio mútuo e educar os filhos na religião e nas vias da perfeição. Mas o que vemos nos dias de hoje? Vai-se substituindo o casamento por ajuntamento, por uniões muitas vezes ilegítimas e com isso, vão-se diluindo cada vez mais as bases da sociedade.
Deus não pode estar contente com esta propaganda que vem pela televisão, pelo rádio, cinema, internet que destrói a família! Vamos pedir que Ele aceite a nossa meditação sobre a beleza do casamento bem constituído e para repararmos o Sapiencial e Imaculado Coração de Maria devido a tantos pecados que são cometidos por causa da concepção errada a respeito do matrimônio.
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